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sábado, 9 de março de 2013

Chávez morreu, o chavismo também deveria

Hugo Chávez, presidente da Venezuela nos últimos 14 anos, morreu essa semana aos 58 anos de câncer. Chávez fez um polêmico governo, chegou a chamar o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de demônio durante discurso na ONU, fechou emissoras de TV(apesar de justificável, afinal a emissora participou de uma tentativa de golpe), mudou a constituição para que fosse reeleito indefinidamente. Mas ele iniciou políticas dirigidas ao desenvolvimento e inclusão das classes mais pobres, conseguiu muitos progressos verdadeiros com isso e influenciou outros líderes. Mas isso justifica quase santificá-lo? Essas mudanças são duráveis? E, sobre o fato de esses governos esquerdistas atuais serem, literalmente, loucos, que ninguém quer comentar?


Nicolás Maduro, vice-presidente da Venezuela, logo antes de anunciar a morte de Chávez, expulsou o adido aeronáutico da embaixada dos Estados Unidos, David del Mônaco, acusando-o de conspiração. Ele acusou os "inimigos históricos" da Venezuela de terem causado o câncer no presidente. Ele disse o seguinte em seu discurso:

“Nós não temos nenhuma dúvida, chegará o momento indicado da História em que se poderá formar uma comissão científica que revelará que o comandante Chávez foi atacado com esta doença (…) os inimigos históricos desta pátria buscaram o ponto para prejudicar a saúde de nosso comandante”(Fonte: Carta Capital)

Essa "teoria" lógico foi suportada pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o mesmo que alguns partidários dele chegaram a alegar que o tsunami Sandy, que atacou a costa dos Estados Unidos no fim do ano passado, havia sido causado por alguma tecnologia do exército iraniano. Costumava existir um limite que você poderia dizer que o governo te perseguia sem ser considerado um louco. Isso é uma tática ditatorial clara. É como dizer: olha, existem forçar poderosas lá fora que querem te destruir e eu sou o único que pode lhe proteger. Não é mais democracia do que as táticas do medo ao terrorismo do governo dos Estados Unidos. 

Na Idade Média acreditava-se que os Reis podiam curar doenças ao tocar as pessoas. Milhares de súditos viajavam para serem tocados pelo rei. Hoje, novamente, os presidentes são idolatrados tanto quanto eram. Eles não são pessoas comuns, normalmente eleitas para um cargo, com poderes limitados e duração específica. Não! São grandes líderes, com poderes infinitos, poder até de ditar quais poderes eles mesmo têm. Imaginava, que os governos modernos eram regidos por Leis, que iam além dos desejos dos homens. Parece que não, o povo prefere acreditar em um rei que pode curar com um toque e concedê-lo todo o poder que quiser.

Pessoas acompanhando o enterro de Hugo Chávez
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/internacional/comovida-venezuela-se-despede-de-hugo-chavez/

Toda sua milagrosa reforma econômica foi sustentada pelo dinheiro do petróleo, que ironicamente Chávez não parou de vender aos Estados Unidos. Eles são o demônio, que causa câncer nas pessoas, mas bem, seu dinheiro vai ajudar minhas políticas, então é bem-vindo. De qualquer maneira, assumir o controle da petrolífera não estou questionando isso. Realmente acredito que um país deve controlar seus recursos naturais e investir essa riqueza na sua nação. Mas a maneira foi errada. 14 anos de governo e ele não conseguiu fazer uma economia independente do petróleo, que realmente produzisse riquezas. É por isso, como falei em um post passado, que precisamos de oposição de idéias, alternância de governo. Para que cada um possa tentar algo diferente para realmente haver mudanças. Uma única pessoa, tentando a mesmo coisa muito tempo, não muda nada.

Eu temo que os políticos hoje em dia estejam sendo divinizados e as pessoas esquecem-se que eles são apenas humanos. Eles não estão lá para fazerem o que quiserem só porque dizem defender os interesses do povo, seja lá o que povo signifique. Vivemos sob a égide das leis e não dos homens e eles não poderiam simplesmente alterá-las para satisfazerem seus próprios interesses de governo absoluto e indefinido. Não é como uma verdadeira República e uma Democracia deveria funcionar. 

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