Ah, as Olimpíadas... Perdendo
para muitos apenas para a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos
são um dos maiores eventos internacionais, em que milhares de atletas
participam de várias competições em busca da perfeição. Atualmente
os jogos são realizados de quatro em quatro anos, e levam mais de dez mil
atletas, de cerca de duzentos paízes, para disputar nada menos que 928
medalhas.
Marcados
por vitórias e derrotas, superações e decepções, os Jogos Olímpicos levam o ser
humano ao seu limite e, a cada prova, paradigmas são quebrados e, com eles,
alguns recordes olímpicos e mundiais, levando sentimentos de euforia,
satisfação e até mesmo surpresa não só para os atletas, mas também para os
torcedores, que acompanham os jogos pelo mundo todo (ou quase).
O
Brasil nunca foi uma potência olímpica, mas sempre teve seus destaques: no
vôlei, na vela e judô, por exemplo. Mas a pressão que existe em cima dos
atletas brasileiros é algo curioso e até revoltante. Nesses últimos dias vi
várias pessoas, e principalmente a mídia, tratando a derrota, ou melhor, o fato
do Cesar Cielo não ter conseguido pegar medalha na prova dos 100 Metros Livres
da Natação, porque de derrota aquilo não tem nada, como algo decepcionante.
Estavam indignados com esse fato e desmerecendo não só ele, mas os demais
atletas brasileiros que não conseguiram alcançar o tão almeijado pódio, como
Diego Hypólito ou Daiane dos Santos da Ginática Olímpica.
Pois
bem, vamos analisar os fatos. Vivemos no país do futebol, e todos sabemos do
dinheiro e atenção que é investido todos os anos nessa modalidade. Os atletas
de ponta do futebol brasileiro contam com todo o apoio não só finaceiro, mas também
moral da esmagadora maioria da população, o que é comprovado pelo fato de o
novo corte de cabelo do Neymar fazer mais sucesso que a obtenção do índice olímpico
por algum atleta de qualquer outra modalidade. Entretanto, poucas pessoas sabem
realmente como é a vida dos atletas não futebolísticos do Brasil. Ninguém se
importa como são as condições de treinamento, ou pior, se eles têm onde
treinar. Quem não se lembra de que há um tempo a ginasta Daniele Hypólito
estava quase impossibilitada de treinar por falta de recursos e patrocínios?
Acho que poucos sem lembram, né? E ainda
se sentem no direito de exigir uma medalha dos atletas? Com o incentivo que recebem, eles fazem muito em ir para as olimpíadas. Poucos
dão o devido valor, por exempro, ao ginasta Sérgio Sasaki. Conseguiu medalha?
Não. Ficou apenas em 10º lugar no individual geral. Nada para se vangloriar, a
não ser o fato de ser o melhor resultado de um brasileiro na modalidade. Ou por
exemplo a judoca Maria Portela, que foi eliminada logo na primeira luta e se
diz envergonhada. Mas envergonhada por quê? Por ter a oportunidade de
representar o Brasil em um lugar onde poucos conseguem estar? Ou por ninguém
saber de sua existência e a tratar com decepção por não ter conseguido medalha?
O
esporte no Brasil está longe do patamar das grandes potências olímpicas. Não
por falta de talentos, mas por falta de incentivos. Se uma pequena parte dos
recursos destinados ao futebol, esse sim com a obrigação de conquistar nada
menos que o ouro em Londres, fossem redirecionados para outras práticas
esportivas, esse cenário seria bem diferente.
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Este texto foi enviado pelo leitor Luíz Felipe Ferrão e é de sua autoria. Obrigado pela ajuda neste blog, continue acompanhando. :)
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