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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Capitalismo, porque outro sistema simplesmente não funcionaria

Quando Adam Smith primeiro conceituou este sistema, na sua obra A riqueza das nações, parecia algo simples, óbvio e um tanto natural tal sistema econômico. Contudo, mais de duzentos anos trabalhando com este sistema e ainda estamos longe da sociedade perfeita, justa e que não deixe milhares pessoas marginalizadas. O que deu errado?


A ideia era realmente simples, vejamos um exemplo. Imagine que um habitante de uma cidade saiba fazer pães. Ele decide, então, abrir uma padaria e ver seu produto para os outros habitantes da cidade, mas o que o levaria a tomar essa atitude? A exigência autoritária de um Estado? Não! A livre iniciativa; ele terá todo direito de abrir seu negócio e vender o pão que produz.  Mais do que isso, imagine que ele queira comer carne, mas não tenha criação de vaca, porco ou qualquer outro animal cuja carne seja comestível; seu vizinho tem um açougue e estaria disposto a trocar carne por pão. Pronto, a não interferência do governo, mais o desejo de comer carne, leva o padeiro a abrir a padaria. Esta foi a grande visão de Adam, a vontade do ser humano de saciar seus desejos egoístas, pode produzir um bem para a sociedade. Agora, você pode imaginar que, se existir somente uma padaria na cidade, esta poderá cobrar o preço que quiser e, dada a natureza avarenta do ser humano, o padeiro cobraria o preço mais alto possível. Contudo, a economia é livre, portanto outra pessoa, que também soubesse fazer pão, poderia abrir uma padaria; a concorrência entre ambos levaria os preços a um estado natural de equilíbrio. Isso poderia ser aplicado a qualquer bem da economia, até mesmo a mão-de-obra.

Essa ideia do liberalismo clássico é linda, mas só funciona em pequena escala. Primeiro, os trabalhadores, como eram um grande contingente de pessoas, foram explorados e viveram em condições precária, já que seus salários eram definidos pela lei da oferta e da procura, grande oferta reduz o preço do produto. Segundo, empresas começaram a se organizar em grandes corporações, monopolizando o mercado e acabando com a livre concorrência. Veja o exemplo da OPEP que monopoliza o mercado de petróleo. Terceiro, a ganância humana, que deveria ser uma influência para produzir coisas boas para a sociedade, acabou sugando-a e explorando-a, sem ser controlada. Caso mais recente da ganância prejudicando a sociedade foram as cartas de créditos imobiliários, responsáveis pela crise de 2007.

Então, devíamos todos odiar o capitalismo e passar a amar outros sistemas, como o comunismo? Bem, não tão rápido. Realmente importa qual sistema econômico esteja implantado? Não é o capitalismo que leva as pessoas a serem egoístas e a buscarem sempre ter lucro, elas são assim porque esta é a natureza humana. Todas as leis produzidas pelo ser humano são para impedir comportamentos inaceitáveis para a sociedade, como matar, roubar. Se a natureza humana fosse de bondade, caridade e companheirismo, porque tantas leis proibindo comportamentos diferentes e punindo seus executores? Você acha que eu estou sendo cruel com o ser humano, não é? Você aí que compartilha da ideia de Rousseau de que as pessoas nascem boas, a sociedade os corrompe. Não, a sociedade tira o ser humano do seu estado natural e o impede de agir como um animal irracional, baseado em instintos, e tenta desenvolver o melhor do seu potencial. Essa ideia rousseana pe hipócrita, tal qual um Seria Killer  dizer que cometeu um assassinato por causa de um livro e a sociedade crucifica o autor do livro e não o assassino. Livros, filmes, músicas, não levam pessoas a cometer assassinatos, assim como a sociedade não te torna o que você não é.

"O capitalismo é o pior sistema econômico, com exceção de todos os outros já idealizados até hoje."

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A riqueza das nações
No Brasil, muito se fala de economia, mas pouco se estudam suas raízes. 'A riqueza das nações' é a sistematização inicial de todas as definições básicas desta ciência, a primeira ciência humana a se destacar da Filosofia. Esta edição apresenta uma seleção didática do texto basilar para estudantes e leitores que desejam entender a origem do complexomundo moderno, dirigido pelas relações econômicas. Acompanha Introdução visando auxiliar o estudioso a localizar a obra de Adam Smith no história do pensamento filosófico e econômico.





O Contrato Social


Publicado em 1762, 'O Contrato Social ou Princípios do Direito Político' tornou-se um livro que fundamenta o nascimento dos direitos humanos e dos ideais igualitários. É um estudo dos princípios do Direito Político e da Teoria do Estado. Este livro expõe a ideia de que o poder político está no povo, portanto este povo é soberano e responsável pelo seu próprio destino.

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